Capítulo 4
GRÉCIA E ROMA
No rescaldo da guerra de Tróia, as novas nações substituiriam as suas contra-partes da Idade do Bronze tornando-se as potências dominantes na região. Os gregos recuperaram do conflito em poucos séculos, e conseguiram tomar o controle dos estados ocidentais da Turquia, enquanto uma nação poderosa dos Balcãs orientais conhecida como Frígia, ocupava o território do antigo império Hitita, na parte central do país.
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| Imagem 30 - Frígia entre as regiões clássicas da Anatólia. |
A invasão Kurgan estava agora totalmente concluída, e toda a Europa, o Oriente Próximo e Médio e a Ásia (tão a leste como a Índia) estavam agora em mãos Kurgan, ou nas mãos dos povos indígenas que haviam-se tornado totalmente ‘Kurganizados’. Agora, cada nação tinha um complexo panteão de divindades, e um deus-guerreiro violento como seu líder. A Deusa continuou a ocupar várias posições secundárias, às vezes tornando-se a esposa subserviente do deus-guerreiro.
Claramente, o primeiro milénio foi uma época de grande inovação para a sociedade Grega. A destruição causada pela Guerra de Tróia exigiu uma grande reconstrução de muitas de suas instituições básicas, que se expandiram e se diversificaram, adoptando ideias de várias fontes estrangeiras. Isso pode ser visto nas suas práticas religiosas, onde eles literalmente substituíram todo seu conjunto de deuses, da mesma maneira como poderíamos substituir o gestão de uma corporação mal sucedida.
Diz-se que a queda do segundo panteão grego, os Titãs, foi causada de propósito, derivado a uma guerra com outro grupo, chamado Olimpianos, que eram parcialmente compostos por divindades estrangeiras. Não foi por acaso que essas divindades foram adoptadas pelos seus antigos inimigos nos estados ocidentais da Turquia. Por exemplo, tanto Artemis quanto Apolo, foram importados da Turquia, junto com Cibele, que era frequentemente apresentada como o equivalente a Hera.
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| Imagem 31 – Procissão dos doze deuses e deusas gregos. Fragmento de um relevo helenístico (século I a. C. - I d. C.), que representa os doze olímpicos com os seus atributos; da esquerda para a direita, Hestia (ceptro), Hermes (gorro alado e bastão), Afrodite (velada), Ares (capacete e lança), Demeter (ceptro e feixe de trigo), Hefesto (cajado), Hera (ceptro), Poseidon (tridente), Atena (coruja e capacete), Zeus (raio e bastão), Artemis (arco e flecha), Apollo (lira). Walters Art Museum – Maryland, USA. |
Muito do conhecimento do mundo antigo chegou-nos através de fontes Gregas, até mesmo o nome "Cibele". Como os moradores das colónias gregas descobriram, a Grande Deusa-Mãe tinha muitos nomes na Turquia... mas o mais comum era Kubaba. Os Gregos traduziram-no para Kybebe, e os romanos depois traduziram para Cibele... o nome moderno que usamos hoje. Na maioria das vezes é pronunciado "Sibb-ah-lay", em inglês.
Quando o primeiro milénio se desdobrou, a Grécia e a cultura Grega tornaram-se a força dominante no mundo ocidental. Este período também é caracterizado pelo crescente poder da Pérsia, e das várias guerras com que eles alternadamente conquistaram o Oriente Próximo e Médio, e depois, foram expulsos novamente. Do ponto de vista da religião, a adoração da Grande Deusa-Mãe geralmente prosperou e expandiu-se, como resultado do patrocínio Grego e Frígio.
Uma das qualidades mais fascinantes e impressionantes da religião, foi a capacidade de algumas das Sacerdotisas, conhecidas como Sibilas, receberem comunicações proféticas da Deusa, através de sonhos ou em estado de transe. É incerta quando esta prática teve início exacto, no entanto, encontramos referências a ela desde tempos muito antigos... por exemplo, nas placas de Mari, que datam cerca 1800 a. C.
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| Imagem 32 – Localização de Mari. |
Os Gregos foram rápidos a perceber o valor da profecia e mantiveram cerca de sete grandes templos na região do Mar Egeu, cada um com uma Sibila. Tipicamente, a Sibila era servida pela sua própria equipa de Sacerdotisas do templo de Cibele... e mais tarde, a Sibila começou a supervisionar também outro grupo de Sacerdotisas, que eram conhecidas como Oráculos, e trabalhavam num templo próximo dedicado a Apolo.
Embora Apolo seja frequentemente considerado uma divindade Grega, a sua origem foi realmente na Turquia antes da Guerra de Tróia. Os Turcos chamavam-no de Apaliunas, e o seu relacionamento subordinado a Cibele, sugere fortemente que ele foi criado pelas sacerdotisas de Cibele. O seu papel como deus da profecia, Apolo (e os Oráculos) aparentemente pretendiam agir como um amortecedor, para evitar que as massas de pessoas comuns fizessem exigências excessivas à própria Sibila. Como tal, os Oráculos emitiam o tipo mais mundano de profecias para o povo comum, enquanto a Sibila, geralmente permanecia em isolamento, profetizando apenas para pessoas mais importantes, como patronos ricos, líderes militares e políticos, etc.
A maioria das Sibilas eram de origem Turca, assim como as Sacerdotisas que as serviam. Os Gregos deram a essas Sacerdotisas o nome engraçado de "Melissae", que significa abelhas... e, de facto, elas pareciam enxamear o templo num estado de actividade constante, muito parecido com as abelhas ao redor da colmeia.
Dentro do templo, num pedestal elevado, seria encontrada uma grande estátua de Cibele. Na parte de trás da estátua, havia normalmente uma pequena área oca onde seria mantido um meteorito. Desde que os meteoritos caiem dos céus, eles estavam fortemente associados à Deusa... e, portanto, acreditava-se que ao colocar um meteorito dentro da estátua, que a animaria, e que iria conectá-la mais directamente com Ela.
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| Imagem 33 - Sacerdotisa de Delfos (1891) por John Collier, mostra-nos Pythia num momento de transe, sentada num tripé com o vapor a subir de uma rachada na terra, por baixo dela. |
A vida diária de uma Sacerdotisa era repleta e feliz. Quando não estava ocupada com a realização de rituais ou outros deveres, ela ocuparia o tempo de diversas formas artísticas, como por exemplo, na confecção de joalharia. Os materiais mais utilizados eram prata, safiras, âmbar e jet (n.t. pedra muito parecida com onix). Além disso, as Sacerdotisas compunham poesia e música, faziam vinho e organizavam festas para os seus seguidores e apoiantes locais.
Uma prática particularmente interessante das Sibilas, era disfarçarem-se de camponesas e viajarem pelo campo, a fim de obterem informações sobre o humor e os sentimentos das pessoas comuns. Isso rendeu-lhes uma reputação muito favorável, como uma demonstração da sua preocupação pelos seus seguidores, bem como a sua humildade e coragem.
O complexo do templo em Delfos, na Grécia central, era um dos locais mais famosos para se ter a Sibila. Esteve em uso para ritos religiosos desde os tempos Neolíticos, embora a primeira Sibila só tenha chegado realmente cerca 1300 a. C. da Turquia.
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| Imagem 34 – Ruínas do Templo de Apolo, Delfos. |
A princípio, as Sibilas de Delfos trabalhavam sozinhas... e, consequentemente, não conseguiam acompanhar as exigências das pessoas comuns. Por fim, por volta de 800 a. C., elas adoptaram a solução já usada pelas Sibilas na Turquia, e acrescentaram um templo de Apolo, com sua própria equipa de Sacerdotisas para servirem como Oráculos. Isso permitiu que elas atendessem as necessidades das pessoas comuns.
A precisão das profecias das Sibilas de Delfos foi lendária, e algumas das histórias são realmente fascinantes... a história de Codrus, Rei de Atenas, é um belo exemplo.
Em 1068 a. C., quando os Dórios estavam a invadir a Grécia, fizeram uma pausa em Delfos para indagar qual seria o resultado do ataque. Disseram-lhes que, se o Rei de Atenas não fosse prejudicado, eles teriam sucesso e governariam a terra... mas se Codrus fosse morto, sofreriam uma derrota terrível.
A profecia chegou aos ouvidos de Codrus, e depois de se disfarçar de camponês, foi para o acampamento Dórico, onde deliberadamente provocou uma briga com um grupo de soldados e foi morto. Assim que os Dórios perceberam que tinham morto o Rei de Atenas, abandonaram a invasão e retirara-se do país o mais rápido possível. Tão grande foi sua fé na profecia que Codrus foi capaz de salvar a nação inteira, simplesmente ao sacrificar a sua própria vida.
Além de Delfos, outro local importante onde uma Sibila poderia ser encontrada era Eritras (n.t. localizada na Jónia), na costa oeste central da Turquia. Um pequeno templo da Deusa já lá estava há milhares de anos, bem antes dos Gregos realizarem a grande reforma, por volta de 1000 a. C. Quando os novos templos foram concluídos, estes seguiram um padrão que se tornaria típico... a Sibila era servida pelas suas sacerdotisas no templo de Cibele, e supervisionava os Oráculos, que trabalhavam num templo próximo dedicado a Apolo.
A ilha de Samos, localizada perto da costa sudoeste da Turquia, abrigava outra Sibila famosa. A Deusa também tinha sido adorada lá muito antes dos gregos tomarem o complexo do templo, por volta de 1000 a. C. Eles reconstruíram o templo principal em três ocasiões, até que finalmente se tornou num dos maiores do mundo antigo. O templo foi oficialmente dedicado a Hera, que era o nome usado pela Grande Deusa Mãe pelos Gregos da zona de Argos. Como de costume, a Sibila supervisionava um grupo de Oráculos, que trabalhavam num templo próximo de Apolo.
No que diz respeito à Sibila Persa, uma vez localizada algures a norte do Iraque, muito pouco é conhecido. A localização exacta do complexo do templo ficou perdido para nós, embora, certamente tenha existido muito antes da chegada dos Gregos. Foi-nos dito que, quando estava sob o controle Grego, este consistia no arranjo habitual, ou seja, uma Sibila a supervisionar os Oráculos no templo de Apolo. Talvez um dia, os arqueólogos descubram os restos destes templos e possamos aprender mais sobre eles.
A Sibila da Líbia estava localizada no Oásis de Siuá, no deserto da Líbia... que fica na parte ocidental do Egipto moderno. Mais uma vez, muito pouco se sabe sobre essa Sibila, além do facto que ela supervisionava os Oráculos... que, neste caso, trabalhou no templo de Zeus-Amon. Diz-se que Alexandre o Grande, uma vez perguntou à Sibila da Líbia a respeito do seu direito de governar o Egipto, e ela avisou-o que ele estava destinado a fazê-lo.
A Sibila de Helespôntica (também conhecida como a Sibila de Tróia) estava localizada na cidade de Dardânia, no monte Ida, perto de Tróia e na costa oeste da Turquia. O complexo do templo foi construído por volta de 700 a. C., e seguiu o padrão usual. A primeira Sibila de Tróia escreveu os Livros Sibilinos, por volta de 650 a.C. Estes livros eram uma colecção de profecias sobre grandes eventos mundiais, que teriam um efeito profundo na história da religião de Cibele e do Império Romano.
A Sibila de Cumas residia no complexo do templo em Cumas, perto de Nápoles, na Itália. Esta era originalmente uma colónia grega, construída por volta de 900 a. C., que consistia no arranjo habitual, um templo de Cibele ao lado de um templo de Apolo. Neste caso, havia um belo palácio subterrâneo para a Sibila, que hoje está aberto ao público em geral.
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| Imagem 35 – Vista aérea do Templo de Apolo, Acrópole de Cumas. |
A entrada do palácio está localizada a 75 pés (n.t. 22,86 m) ao lado do Monte Cumas. A passagem estreita e em forma trapezoidal, tem de mais de 400 pés (n.t. 121,92 metros) de comprimento... um engenhoso design resistente a terremotos. É iluminado por uma série de janelas cortadas na rocha em ambos os lados. A câmara principal tem um tecto de 60 pés (n.t. 18,28 metros), com seis galerias que se abrem para o mar, proporcionando ventilação. As passagens conduzem à câmara de audiência da Sibila, bem como o monte Avernus, com sua antiga cratera vulcânica, e um conjunto de cisternas de água doce. O palácio também está equipado com aquecimento geotérmico natural e fontes termais. Pinturas, tapeçarias e mosaicos presumivelmente decoravam os pisos e paredes, enquanto estátuas e outros objectos de arte deviam ter estado presentes em abundância.
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| Imagem 36 – Entrada para a galeria trapezoidal. |
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| Imagem 37 – Vista do complexo de túneis subterrâneos do palácio da Sibila. |
Entre 650 e 530 a.C., os Livros Sibilinos foram movidos, primeiro para Eritras e depois para Cumas. Quando a Sibila de Cumas decidiu vendê-los ao último Rei de Roma, Tarquinius Superbus, por volta de 530 a.C., era um conjunto de 9 livros. A princípio, o rei recusou-se a comprá-los, então a Sibila começou a queimá-los. Segundo dizem, depois de ter queimado 6, o Rei cedeu e comprou os 3 volumes restantes pelo preço astronómico de 100 talentos de ouro (cerca 6000 libras).
Os livros foram mantidos sob guarda no templo de Júpiter, em Roma, onde foram supervisionados pelas Sacerdotisas do templo de Cibele e do templo de Apolo. Assim, na posse dos livros, que algumas vezes se referiam a práticas religiosas e ritos com os quais os senadores de Roma não estavam familiarizados, levou-os a aprender muitos detalhes sobre a religião, e abriu caminho para a futura entrada de Cibele em Roma.
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| Imagem 38 - Modelo especulativo do primeiro templo de Júpiter Optimus Maximus, 509 a. C. |
Os livros foram consultados em numerosas ocasiões ao longo dos séculos, para obter conselhos para lidar com terremotos, pestes e pragas. Finalmente, cerca de 200 a. C., Roma viu-se sob o ataque das forças de Aníbal, e os Livros Sibilinos foram novamente consultados. Os livros profetizavam que, se Roma aceitasse a adoração de Cibele como uma religião oficial do estado, Aníbal seria derrotado e eles seriam salvos. Ao mesmo tempo em que isso foi anunciado no senado Romano, chegou também uma mensagem do Oráculo de Delfos que afirmava exactamente a mesma coisa.
O Senado, portanto, adoptou a religião de Cibele como a religião oficial de Roma, e Aníbal foi derrotado, assim como as profecias o haviam predito. Um templo para Cibele foi construído no Monte Palatino, em Roma, e a sua religião espalhou-se por toda a república. Consequentemente, nos próximos 500 anos, a adoração de Cibele era uma das religiões mais populares no mundo, e as suas Sibilas e Oráculos, continuariam a profetizar para os reis e imperadores.
Além dos locais já mencionados, os principais templos de Cibele também existiram nas nestas cidades da Turquia: Éfeso, Sárdis, Dídimos, Priene, Aizani, Esmirna, Hierápolis (n.t. Pamukkale), Claros, Foceia, Pérgamo, Górdio, Pessino e nas ilhas de Delos, Lesbos e Chios. É claro que, os templos também podem ser encontrados na Grécia, Itália, Bulgária, Alemanha, França, Inglaterra, Egipto, e em todo o Oriente Médio.
Outro desenvolvimento significativo na religião de Cibele foi a criação de uma "Escola de Mistérios", baseada na ilha de Samotrácia, no norte do mar Egeu. Isso pode ser descrito como um centro de aprendizagem avançada, que permitia que as pessoas alcançassem uma posição de maior prestígio entre os seguidores da religião. Era sob forma de uma série de iniciações, cada uma das quais, resultavam em algum tipo de iluminação ou benefício especial.
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| Imagem 39 - Vaso com a representações de cenas Eleusianas (c. 340 a. C.). |
A construção do complexo do templo na Samotrácia teve inicio pelos Gregos por volta de 700 a. C., e foi expandido ao longo do tempo por outros, incluindo os Frígios e os Romanos.
Ao contrário das outras escolas de mistério, o complexo do templo estava aberto a todos. Pessoas de todos os escalões ou status sociais, misturados livremente, eram tratados como iguais enquanto lá estavam. Templos para outros arquétipos da Deusa-Mãe, como Hécate, Deméter e Afrodite também estavam presentes, a quem ofereciam os seus próprios rituais de mistério de vários tipos. Além disso, a meio de Julho, era realizado um festival especial muito popular, que contava com numerosos eventos de dança sagrada e teatro.
As iniciações nos mistérios de Cibele eram dadas sempre que um candidato se apresentasse. No primeiro estágio, chamado simplesmente de "a myesis" ("os mistérios"), eram revelados certos segredos e símbolos ao candidato, e eles recebiam certos talismãs protectores, como uma faixa vermelha, ou um anel magnético feito do ferro que foi encontrado na ilha.
O segundo estágio era chamado de "epopteia" ("a contemplação"). Exigia que o requerente fizesse uma confissão pública do seu mau comportamento, seguida de uma absolvição e uma limpeza ritual. O candidato era então obrigado a ficar numa plataforma a recitar a doutrina da religião, enquanto exibia os objectos que eles tinham recebido durante a myesis.
Pouco se sabe sobre o terceiro estágio, a não ser que envolvesse algum tipo de experiência transcendental, induzida pelo uso de substâncias alucinogénas que as Sacerdotisas produziam a partir de várias plantas e cogumelos locais.
Ainda outro desenvolvimento significativo que diz respeito da chegada de uma divindade chamada Átis na religião de Cibele, por volta de 600 a. C., na cidade de Pessino. Existem várias teorias sobre a razão disto... alguns acham que uma divindade masculina era desejada, a fim de competir melhor com as outras religiões da época. Outro ponto de vista, é que Attis era uma versão deificada de um Sacerdote que já havia sido responsável pelo templo em Pessino, e era especialmente bem visto.
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| Imagem 40 - Antiga estátua romana do deus Átis, encontrado em Ostia, agora no Museu de Latrão. |
Em todo caso, o carácter de Átis era único na cidade de Pessino e poderia nunca ter entrado numa consciência pública mais ampla, não fosse o facto que, quando os romanos adoptaram a religião de Cibele, por acaso tomaram-na de Pessino... e, portanto, Átis ficou incluído. Isso trouxe alguns problemas sérios para a religião, assunto que iremos discutir no próximo capítulo.
Quando o primeiro milénio aproximou-se, Roma eclipsava a Grécia como a principal potência mundial. A religião da Deusa continuou a ser popular e influente, mas a filosofia Kurgan e as religiões do deus-guerreiro dominavam claramente o pensamento dos líderes políticos. Como tal, a civilização ocidental permaneceu inexoravelmente fechada num caminho para o desastre... e dentro de mais alguns séculos, uma tragédia ainda maior que a Guerra de Tróia estava destinada acontecer.