Capítulo 6
A NATUREZA DE YAHWEH
A tragédia que a nossa civilização experimentou nas mãos dos Cristãos não deveria ter sido surpresa, pois os seguidores de Yahweh, tinham uma história de fanatismo religioso e de assassinato em massa com mais de 1200 anos antes da sua chegar ao poder, em Roma. Vamos voltar a esse passado mais distante por alguns momentos e considerar o pano de fundo do deus conhecido como Yahweh.
A terra de Canaã consistiu no que hoje é Israel, Líbano, Síria, Jordânia e o oeste do Iraque. A invasão Kurgan naquela área ocorreu antes do advento da história escrita, no entanto, por volta de 2500 a. C., sabemos que a primeira divindade na região era El, um deus promíscuo, ciumento e violento do céu.
Imagem 47 - Uma representação de 1692 de Canaã, por Philip Lea. |
A cultura cananeia pós-invasão desenvolveu-se da mesma maneira como nos outros territórios Kurgan... a introdução do deus-guerreiro logo levou a um politeísmo em constante expansão, e a religião organizada transformou-se, cada vez mais, num mecanismo de socialização e controlo político. A perseguição pela religião, no entanto, era virtualmente desconhecida. Os senhores da guerra Kurgan estavam satisfeitos com a conquista pelo controlo militar nas áreas conquistadas e, desde que o seu deus-guerreiro, em particular, fosse aceite como a mais alta divindade, eles não se preocupavam com quaisquer outras crenças religiosas que os povos indígenas pudessem ter.
Imagem 48 - Moeda dracma do século IV a. C., da província Persa de Yehud Medinata, com uma possivel represenção de Yahweh, sentado num trono do sol, com asas e rodas. |
Após a Guerra de Tróia (cerca 1200 a. C.), Canaã ficou em ruínas... Grandes cidades destruídas e o seu exército praticamente exterminado. Isso criou uma oportunidade para uma tribo próxima de bandidos e invasores nómadas invadirem e conquistarem a área. Os registos Egípcios referem-se a eles como o Shasu ou o Habiru, tornando-se conhecidos mais tarde como Hebreus.
Os Hebreus adoravam um deus-guerreiro violento conhecido como Yahweh, que aparentemente, era derivado da divindade Suméria Anu, outro deus-guerreiro Kurgan com qualidades muito semelhantes. Durante vários séculos, os Hebreus coexistiram com os Cananeus e permitiram que estes tivessem as suas próprias religiões. Com o tempo, porém, os sacerdotes de Yahweh passaram a considerar isso uma ameaça ao seu poder, declararam que as religiões Cananitas estavam a corromper o seu povo, e que somente a adoração a Yahweh deveria ser permitida.
A perseguição dos Cananeus começou por volta de 900 a. C., quando o rei Hebreu Asa destruiu todos os seus templos em Judá, e assassinou todos os Sacerdotes e Sacerdotisas. Em seguida, por volta de 840 a. C., o rei Jeú deu um passo adiante, assassinou todos os não-Hebreus em Samaria e destruiu os seus templos... matando mais de 30000 homens, mulheres e crianças. Em última análise, em 620 a. C., o rei Josias, baniu completamente todas as religiões não-Hebraicas em toda Canaã, destruiu todos os templos remanescentes e assassinou todos os Sacerdotes e Sacerdotisas dos mesmos.
O genocídio religioso dos Hebreus chegou finalmente ao fim por volta de 600 a. C., quando a área foi tomada por nações, como a Babilónia e, mais tarde, a Pérsia. Embora tivesse sido quase 1000 anos antes da civilização ocidental sofrer outra tentativa de estabelecimento de um monopólio religioso à força, desta vez, seriam os seguidores de Yahweh os responsáveis. Mais tarde, eles chamar-se-iam Cristãos, e, tal como os Hebreus haviam feito anteriormente, estes empregariam assassinatos em massa para destruir todas as outras religiões... mas numa escala muito maior.
Deveria ser óbvio que nenhum povo verdadeiramente espiritual se comportaria desta maneira, e nenhuma divindade genuína deveria tolerar tais acções. Algumas vezes é dito que não podemos culpar Yahweh pelos erros dos seus seguidores, mas na verdade, não houve erros cometidos. A natureza de Yahweh, conforme descrito no antigo e no novo testamento, bem como a nossa compreensão histórica do seu carácter como um deus-guerreiro Kurgan, demonstra claramente que se trata de uma divindade ciumenta e violenta. E, naturalmente, qualquer um que adore tal divindade acabará por imitá-lo.
De 300 d. C. até recentemente, em 1800 d. C., os Cristãos continuaram a usar a tortura e o assassinato para forçar conversões, enquanto roubavam e extorquíam grandes quantidades de riqueza.. Estes não foram actos isolados de alguns seguidores equivocados ou de um clérigo vigarista, mas foram, de facto, planeados e orquestrados nos mais altos níveis por bispos e papas conhecidos. Embora os estudiosos Cristãos no passado tivessem feito um bom trabalho para esconder estes crimes, parece que a forma como esta religião obteve riqueza e poder está finalmente a tornar-se do conhecimento público.
Lamento muito pelos cristãos de bom coração, mas ignorantes do mundo, porque logo, eles terão uma verdade muito chocante e amarga para reconhecer. No entanto, se eles de facto desejarem encontrar a verdadeira espiritualidade com uma divindade amorosa e benevolente, então eles devem perceber que a Deusa é a única figura historicamente comprovada que, realmente, se encaixa nesta definição... E, como seguidores modernos da Deusa, nós iremos estender a nossa mão de amizade para eles e ajudá-los da maneira que pudermos.
Finalmente, devemos reconhecer que a outra grande religião do mundo, o Islão, também segue um deus-guerreiro violento com características muito semelhantes a Yahweh... que provou ser outra fonte de ódio e de violência. Além disso, nos países muçulmanos, toda a informação é estritamente controlada e manipulada pelas autoridades religiosas. A chegada de qualquer esclarecimento para os muçulmanos, levará, muito provavelmente, mais tempo do que para os Cristãos... até lá, eles continuarão a representar uma séria ameaça à paz mundial.
Imagem 51 - Detalhe da inscrição de Soleb mencionando os "Nômadas de Yahweh". |
Na nossa cultura, a primeira fonte de valores humanos é a religião. Mesmo antes de uma criança começar a assistir televisão, entrar na escola ou amadurecer e unir-se à força de trabalho, elas aprendem valores básicos dos pais... e esses valores são geralmente extraídos da religião. Adorar um deus guerreiro violento, que pune as pessoas por infracções menores e que as queima no inferno, uma entidade destas instiga uma atitude terrível na nossa consciência. Estes tipos de paradigmas defeituosos, de dominação e represália violenta, levaram-nos, durante séculos, a guerras desnecessárias, violência doméstica, abuso infantil e todo o tipo de sofrimento. Somente indo à raiz do problema e substituindo estes paradigmas defeituosos por valores de paz e cooperação, podemos esperar mudar a forma como as pessoas pensam e agem, e restaurar o respeito adequado pela vida, natureza e meio ambiente.